sexta-feira, 3 de julho de 2015

8 erros de português que você nem sabia que estava cometendo

A língua portuguesa é cheia de detalhes. Mesmo para os falantes nativos do idioma, algumas regras de ortografia e gramática podem confundir na hora de falar e, principalmente, de escrever. Ter um bom domínio do nosso idioma é essencial até mesmo para quem não trabalha como redator profissional. Afinal, um pequeno deslize no texto pode comprometer toda mensagem que você está querendo passar.

Pensando em ajudar você a deixar seus textos ainda melhores, fizemos uma compilação de alguns erros ortográficos e gramaticais que você talvez nem saiba que está cometendo. Confira!
8 dos erros de português mais cometidos por redatores

1 – “Seja isso ou aquilo”
O termo “seja” não pode ser utilizado sozinho ou ligado a outra conjunção (como “ou”) em uma conjunção coordenativa alternativa. Traduzindo: sempre que utilizar “seja” para exemplificar alguma coisa, lembre-se de que é necessário duplicar o termo. Veja o exemplo.
Correto: Seja uma vez por semana, seja todos os dias, o importante é manter a frequência de publicações no seu blog.
Incorreto: Seja uma vez por semana ou todos os dias, o importante é manter a frequência de publicações no seu blog.

2 – Usar “onde” sem se referir a lugar
O pronome “onde” expressa a noção de lugar, portanto, é preciso tomar cuidado para não utilizá-lo em contextos diferentes. Quando não houver indicação de lugar, prefira utilizar “em que” ou “no qual” e suas variações.
Correto: O conteúdo acompanha esse novo comportamento, em que empresas e consumidores estão em pé de igualdade, trocando informações e experiências.
Incorreto: O conteúdo acompanha esse novo comportamento, onde empresas e consumidores estão em pé de igualdade, trocando informações e experiências.

3 – Mistura dos pronomes “tu” e “você”
Não é raro encontrar textos que misturam esses dois pronomes nas suas diferentes formas. Porém, é preciso escolher um deles e mantê-lo em todo o texto, sem alternância. Ao utilizar “você”, evite as formas “te”, “teu” e demais variações do pronome “tu”. No português brasileiro, o mais indicado é utilizar sempre a forma “você”, já que o “tu” traz uma ideia de regionalismo que não é adequada para textos que atingem um público geral.
Correto: Pensando em começar uma estratégia de marketing de conteúdo? Preparamos esse post para tirar suas dúvidas e ajudar você a começar.
Incorreto: Pensando em começar uma estratégia de marketing de conteúdo? Preparamos esse post para tirar suas dúvidas e te ajudar a começar.

4 – Mesmo
É muito comum encontrar a palavra “mesmo” sendo utilizada como pronome pessoal. Porém, apesar de a palavra poder ser usada de diversas formas, esta não é uma delas. O termo “mesmo” pode ser usado pronome demonstrativo, substantivo ou adjetivo. Confira alguns exemplos:
Correto: Ao entrar em contato com o cliente, não espere que ele o responda em menos de 24 horas.
Incorreto: Ao entrar em contato com o cliente, não espere que o mesmo o responda em menos de 24 horas.
Outras possibilidades corretas de uso:
70% do processo de compra acontece antes mesmo de o cliente entrar em contato com a empresa
Ao mesmo tempo que ter uma boa frequência de atualizações é importante, é preciso prestar atenção no conteúdo.
Mesmo que algumas pessoas não acessem o seu blog todos os dias, mantê-lo atualizado é a melhor forma de aumentar o número de visitantes.
O objetivo é atender aos mais diversos segmentos de mercado com o mesmo nível de conhecimento em todas as áreas.

5 – “vir de encontro a” e “ir ao encontro de”
Essas duas expressões, por serem muito parecidas, costumam gerar bastante confusão, porém, seus significados são opostos. Por isso, é preciso ter cuidado: “ir de encontro a” significa “ir contra algo”, “bater”, “colidir”, enquanto que “ir ao encontro de” expressa acordo, concordância.
Exemplo de concordância: Os interesses profissionais de um redator web vão ao encontro dos do cliente que encomenda um conteúdo.
Exemplo de discordância: O texto redigido pelo redator foi de encontro à proposta de pauta do conteúdo.

6 – “a longo prazo”
Algumas pessoas se confundem com expressões comuns do nosso dia a dia. Portanto, lembre-se: sempre utilize “em longo prazo” e “entrega em domicílio”. Evite o uso da preposição “a” nesses casos e, na dúvida, não deixe de consultar uma fonte confiável para evitar o erro.
Exemplo: A estratégia de marketing de conteúdo do cliente gera resultados eficazes em longo prazo.

7 – “Adéqua”
Apesar de ser muito usada, essa flexão do verbo “adequar” ainda não é aceita pela norma culta da língua portuguesa. Portanto, enquanto não é feita uma nova reforma no nosso idioma que aceite essa palavra, prefira utilizar a construção “não é adequado” ou algum sinônimo para que a qualidade do seu texto não caia.
Correto: Aquela sugestão de pauta não é adequada para a estratégia do cliente.
Incorreto: Aquela sugestão de pauta não se adéqua à estratégia do cliente.

8 – O verbo lembrar e suas variações
O verbo “lembrar” é cheio de peculiaridades que fazem com que seja fácil se confundir e cometer algum deslize. Isso acontece porque o verbo pode ser transitivo direto, transitivo indireto ou ainda transitivo direto e indireto ao mesmo tempo, o que significa que o complemento muda de acordo com a situação. Veja alguns exemplos:
Lembrar-se de: quando utilizar o verbo no sentido de “vir à memória”, sempre utilize o pronome adequado e a preposição “de”:
Exemplo: Lembre-se de que é necessário inserir um call to action no fim do texto!
Lembrar: quando o verbo “lembrar” for utilizado com o sentido de “ser parecido” não exige preposição.
Exemplo: O estilo de escrita do redator lembra os textos de Machado de Assis.
Lembrar: no sentido de “informar” ou “advertir” alguém, o verbo pede um pronome oblíquo e a preposição “de”:
Exemplo: O redator recebeu um e-mail lembrando-o de finalizar o conteúdo.
Nunca saberemos tudo que há para saber sobre um idioma, afinal, a língua é viva e está em constante transformação. Porém, um bom redator está sempre tentando ser a melhor versão de si mesmo e a forma mais eficaz de lidar com problemas linguísticos e adquirir conhecimento é lendo, estudando e buscando tanto se aprofundar no que sabe quanto conhecer novos assuntos.

Professor Sérgio Nogueira aponta os 10 erros de português mais frequentes

O professor Sérgio Nogueira reuniu 20 palavras que vê constantemente com erros. Dez delas são mais frequentes, e as outras dez são erros que ele considera imperdoáveis.

As dez palavras escritas erradas com mais frequência são:
1. asterístico – cuja forma certa é asterisco, pois significa “pequeno áster”, assim como o “chuvisco” é o diminutivo de chuva.
2. beneficiente – a forma correta é “beneficente”, pois a palavra não deriva de “ciência”, e sim de “fazer o bem”.
3. desinteria – o correto é “disenteria”. O prefixo “dis” significa “mau funcionamento”, e “entero” significa intestino.
4. impecilho – o certo é "empecilho". Não vem do verbo “impedir”, e sim do arcaico “empecer”, que é “criar obstáculo”.
5. freiada – não se deve colocar o “i”, apesar da palavra pertencer à família da palavra “freio”.
6. meretíssimo – vem de mérito, então o correto é “meritíssimo”
7. reinvindicação – o correto é “reivindicação”.
8. paralização – deve-se usar S em vez de Z, assim como nas palavras “paralisar” e “analisar”
9. côco – não se deve acentuar essa palavra, e sim a oxítona “cocô”.
10. rúbrica – a escrita correta é sem o acento, pois a sílaba tônica é “bri”.

Os erros que o professor considera imperdoáveis são:
1. depedração – o correto é “depredação”.
2. estrupo – a grafia correta é “estupro”.
3. mortandela – não há N nessa palavra.
4. mendingo – também não há N em “mendigo”.
5. adevogado – não há E, muito menos I, alerta o professor.
6. seje – o correto é “seja”.
7. mixto – o X está errado. A forma correta é “misto”
8. simplismente – o professor culpa a pronúncia da palavra, pois apesar de ser escrita com E, ela é falada com I por muitas pessoas.
9. previlégio – “as pessoas acham que estão falando bonito, quando é ‘privilégio’”, alerta o professor.
10. derrepente – o correto é separar (“de repente”). Além disso, o professor vê o sentido ser trocado. Em vez de “repentinamente”, pessoas usam “de repente” como um sinônimo para “talvez”, como na construção “de repente ele é a favor”.