quinta-feira, 10 de maio de 2012

Redação PUC-SP 2011-08-20 Homem — Natureza — Economia Leia com atenção os textos que selecionamos para orientar a organização da sua redação. Garimpo e extração mineral na Amazônia Além de todos os impactos e agressões ao ambiente, causados pelas atividades ligadas à agropecuária e à exploração madeireira, o extrativismo mineral também representa uma fonte de degradação ambiental. Atualmente, na Amazônia, existem cerca de 20 regiões de alta concentração de garimpos de ouro. São famosas as histórias do Projeto Carajás e do Projeto Jari nas décadas de 70 e 80. A Amazônia possui ainda uma série de riquezas minerais mal exploradas economicamente. Metais como ferro, zinco, alumínio, nióbio* e ouro estão presentes no subsolo amazônico em quantidades variáveis. A maior mina de nióbio do planeta está em São Gabriel da Cachoeira, estado do Amazonas. Em Nova Olinda, também no Amazonas, há uma reserva de Cloreto de Pótassio (KCl, importante fertilizante de solos) estimada em 340 milhões de toneladas, que até o começo da década de 90 estava sendo estudada pela Petromisa, com colaboração do Serviço Geológico do Brasil (CPRM). O governo Collor extinguiu a Petromisa, deixando esta importante reserva abandonada. Cabe salientar que os custos que o Brasil tem com a importação de fertilizantes agrícolas só são superados pelos custos de compra de petróleo. Porém, é no garimpo de ouro aluvial na Amazônia que toda a sorte de conflitos econômicos e sociais se manifestam. O Brasil não possui uma política mineral explícita, sendo a exploração do ouro organizada regionalmente, pelas populações locais, movidas por aspirações de ascensão e fuga da eterna exclusão social. Frequentemente os garimpos funcionam com infraestrutura precária, agredindo o ambiente e liberando grandes quantidades de mercúrio nos rios, no ar e no solo. *Nióbio — metal usado em ligas. Homem e natureza: uma relação de disputa? Silvia D. Schiros Fazemos parte de algo grande, complexo e belo. Mas hoje, parece que, para o homem, a natureza é uma propriedade — um objeto que pertence a ele, a um semelhante ou ao governo. Hoje, a natureza é dinheiro. O homem se pergunta: o que posso tirar dela para produzir algo que me dê retorno fi nanceiro? Já sabemos que todas as nossas ações têm impacto sobre o meio ambiente. E precisamos acordar para o fato de que necessitamos da natureza para sobreviver. Temos que aprender a não só querer receber, mas também a dar. A relação precisa ser de troca, não de dominância, nem de antagonismo. Não tem que ser “homem × natureza”. Pode ser “homem e natureza”. Temos que mudar a nossa perspectiva, aprender a olhar a vida de outra forma. Tarefa difícil, mas não impossível. E como vamos chegar lá? Lester Brown e Hugo Penteado, por exemplo, acreditam que é preciso mudar o paradigma econômico em que nossas vidas se baseiam. A economia tradicional vê os recursos como ilimitados, mas já estamos cansados de saber que nossos recursos são limitados. Se forem usados sem que sejam repostos, logo acabarão. Esse novo paradigma, onde natureza e pessoas são importantes, exige uma reestruturação do pensamento econômico e cultural. Trabalho difícil, considerando quão arraigados estão os conceitos de exploração à exaustão em prol do crescimento econômico e do consumo desenfreado, já que hoje vemos os bens como facilmente descartáveis. Como podemos viver em harmonia e equilíbrio com a natureza? Como podemos fazer a nossa parte? SCHIROS, Silvia D. Homem e natureza: uma relação de disputa? Disponível em Acessado em01/10/2010. Adaptado para fi ns de vestibular. PROPOSTA: Com base nas informações obtidas nos dois textos anteriores, elabore um texto dissertativo-argumentativo que relacione homem e natureza, propondo uma intervenção — social, política ou econômica — para uma sociedade que vive um paradoxo: pressionada de um lado pelo consumo e pelo outro, pela necessidade de estar em harmonia com a natureza, em benefício da qualidade de vida. Dê um título ao seu texto. IMPORTANTE: Passe a sua redação a limpo, a tinta, no espaço a ela destinado. O rascunho não será considerado. Seu trabalho será avaliado de acordo com os seguintes critérios: 1. Desenvolvimento do tema com espírito crítico. 2. Adequação da linguagem à norma culta. 3. Construção textual e escolha do título compatíveis com o tipo de texto proposto. Sua redação será anulada, se você fugir do tema proposto.

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