quinta-feira, 15 de novembro de 2012
Gêneros do discurso
De acordo com Bakhtin (1979), a grande quantidade de gêneros do discurso, que parte dos mais simples, como bilhetes e cartas, aos mais rebuscados, como teses científicas e artigos, faz com que seja praticamente impossível que todos sejam catalogados. Portanto, Bakhtin considera importante destacar a existência de gêneros primários, mais simples, e gêneros secundários, os mais complexos.
Segundo Schneuwly (2004), estudioso da Linguística, o gênero é um instrumento que media a relação entre sujeito e linguagem, ou seja, em suas ações cotidianas, as pessoas utilizam a língua constantemente. E esta maneira de como a língua é utilizada, reflete as condições específicas e as finalidades deste uso, bem como relaciona grupos aos diferentes usos de gêneros.
Outro estudioso, Adam, partindo das teorias de Bakhtin, vale-se da idéia de que os gêneros primários sejam vistos como tipos nucleares e responsáveis pela estruturação dos gêneros secundários. Mas, para Schneuwly, a diferença entre gênero primário e secundário está no tipo de relação com a ação linguística ou não.
É na ação da linguagem que o gênero primário se estabelece; e é por meio de outros mecanismos que o gênero secundário se estabelece. Finalizo esta dissertação com uma colocação de Bakhtin, que resume a importância da classificação destes gêneros: “A diferença entre gêneros primários e secundários (ideológicos) é extremamente grande e essencial, e é por isso mesmo que a natureza do enunciado deve ser descoberta e definida por meio da análise de ambas as modalidades.” (Bakhtin, 2006, p. 264)
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